sábado, 6 de março de 2010

É de comer?

No princípio... foi a gestação no terceiro semestre da faculdade de Relações Públicas (RP, muito prazer), com uma disciplina que pedia a criação de um produto fictício. Eis que, após rachar o coco, ficamos (a equipe) sabendo de uma igreja que precisava de marmitas de isopor para fazer a distribuição de sopas aos moradores de rua.

As marmitas, além de difíceis de encontrar, são caríssimas. E mais: extremamente agressivas ao meio ambiente – embora existam especulações, a verdade é que ainda não se sabe quantos anos demora para o isopor se decompor completamente.

Então veio a sacada: pra não gerar resíduo, só se comer a embalagem junto. Por que não? Nascia ali, o Pão de Sopa (nome original), uma massa com consistência forte o bastante para resistir ao calor e não quebrar com a característica liquida da sopa.

Após a apresentação dos protótipos – produzidos por uma rostisseire – à igreja (e muita lábia e persuasão) fomos fazer um teste in loco com os moradores de rua e validar a ideia para a nossa disciplina.

Muito trabalho e uma tarde inteira preparando a (deliciosa) sopa, prendemos a respiração, fizemos figa e despejamos a dita nas embalagens feitas de massa. Naquela noite foram distribuídas cerca de 100 unidades do Pão de Sopa aos assistidos.

De cara percebemos uma certa reserva com o “produto”. “Será que isso não vaza?” – “É de comer mesmo?” – “Isso é sério?” – Foram muitas perguntas pra respostas que ainda não existiam.

Ao final, sucesso! Aprovação unânime entre os beneficiados e, lógico, pela instituição. Conseguimos cumprir os requisitos da nossa disciplina, mas ainda existia um hiato: como viabilizar (a verba, não o verbo) a produção dos pães, para que a igreja pudesse fazer a troca dos isopores pelos Pães de Sopa?

Mas aí, já é um outro post.